8.12.09

Mestres do Salão

Para saber mais sobre o livro (cujos textinhos são meus! Na verdade, textões...), confira a matéria da Veja São Paulo dessa semana, clicando aqui

3.12.09

Lançamento novo livro

Telhado
por diretodafonte (coluna Sônia Racy, do Estadão)

Chagas, do Rodeio, é um dos 52 maîtres retratados por Paulo Giandalia para o livro Mestres do Salão, que lança em parceria com Thomaz Souto Corrêa e Renato Pasmanik. Quando? Dia 14 , no Bar Original.

Prefácio: Washington Olivetto
Textos: Maria Dolores

23.11.09

A carta sobrevivente

Por Maria Dolores

Fotografias antigas, pediram na escola de esportes do meu filho. Para mostrar no telão na abertura das olimpíadas de fim de ano. Tirei a caixa de palha no canto esquerdo da prateleira de livros e revistas que fica sobre o computador, no escritório. Tirei com cuidado para não levantar poeira. A caixa estava embaixo de uma fita de vídeo cassete com a etiqueta em branco, um porta-retratos sem retrato, revistas antigas e dois livros do Sesc dos quais eu tinha me esquecido.

Fazia tempo que não abria a caixa e me assustei com quanto havia dentro. Eu gosto de fotografias – sou filha de fotógrafa, afinal. Mas não sou do tipo que prefere a imagem congelada à recordação, mesmo imprecisa. Gosto de fotografias - boas e suficientes. Prefiro uma única foto associada a uma lembrança sincera do que uma coleção de imagens semelhantes e uma recordação forjada. Forjada por não ter tido tempo de viver o momento, atrás da obsessão de aprisionar o instante em fragmentos que pouco serão vistos. Se vistos, esquecidos. O uso enlouquecido da imagem digital tornou-se um inimigo da história e da memória. As pessoas já não se preocupam tanto em registrar o momento dentro de si, porque tem a máquina e o celular para isso.

Abri a caixa e os retratos saltaram. Uma tarde de sol em cima da árvore. O menino pequeno, pintado de palhaço. A peruca black power. A banheira de espuma. A foto posada. A pose esculachada. A displicência, o choro, o susto, a gargalhada. O aro da bicicleta. O gato que já morreu. E um envelope branco pintado de bege cor de tempo. O cep ainda com cinco dígitos. A esferográfica de azul permanente. A data do carimbo postal, que não mente: 25MAR85. O destinatário, meu avô que, por um instante, voltou como se não tivesse ido. Embaixo, entre parênteses, o meu nome composto.

Era uma carta das muitas que meu pai me escrevia quando eu era pequena. Durante um tempo, as cartas foram constantes, nos papéis com bichinhos intermináveis e simpáticos. Até talvez terminar o bloco. Porque tudo termina um dia – ou se transforma. Eu ainda tenho algumas dessas cartas, não porque tenha guardado, pois era muito nova para saber o valor de uma lembrança. Alguém guardou para mim.
Mas, entre tantas cartas, nenhuma como esta - porque estava fechada. Uma carta sobrevivente. Uma mensagem que não desistiu de cumprir sua simples missão de se fazer chegar. Atravessou vinte e quatro anos, casas diferentes, caixas esquecidas, arranjos e desarranjos, até poder ser recebida, totalmente.

Não esperei. Não tinha porque esperar. Abri o envelope, com a ansiedade de quem acaba de receber a perspectiva de uma boa nova. Eram poucas linhas, com a caligrafia esforçada de médico com o objetivo claro de facilitar a leitura. Falava sobre o fim de semana que havia passado em Três Pontas, da brincadeira com minhas amiguinhas na piscina (quem seriam elas?), da minha aula de vôlei (onde?). Perguntava se o dedo da tia Bete havia melhorado, torcia para eu me livrar dos piolhos e dizia, por fim, ter esperança de me ver na Semana Santa, outra vez. Do seu pai, Rodrigo.

Dobrei a carta, coloquei no envelope. Dei uma bela risada, pensando nos piolhos, no método curativo peculiar da minha mãe de me colocar para dormir com touca de querosene. De repente, eu era a menina que um dia fui e que, descobri, continuo sendo. Foi como se a distância entre o aqui e o ontem tivesse deixado de existir. Então pensei: tanto faz se passou um dia ou uma década, a distância que nos separa do passado é uma só, medida pela saudade ou pela importância de cada momento na nossa vida. E, mais, não é preciso deixar de lado o que se foi à medida que caminhamos para frente. Podemos caminhar por inteiro.

Talvez a carta tivesse esperado tanto tempo para eu me dar conta disso. Porque, certamente, não o faria aos sete anos. Para me mostrar que nunca deixamos de ser quem somos e que congelar os momentos por datas é um esforço inútil, quando se fala de sentimento. Ter consciência disso pode ajudar a viver melhor o presente, lamentar por “demenos”, viver por demais. Escolhi as fotos do meu filho e voltei a carta para a caixa de fotografias. Por alguma razão estava lá. Pela mesma razão, acredito que deva ficar.

Crônica publicada no Correio Trespontano, dia 21/11/2009.

17.11.09

Degustação de Pizza, acompanhada de vinho e de música

Para quem estiver em Três Pontas, um programa diferente: degustação de pizza fina (se fosse aqui em São Paulo, ia arrebentar, porque nem na Cristal ou na Pizzaria Braz eu comi uma pizza tão boa)na sexta-feira, dia 20. O Diego Bacci, marido da minha mãe, é um uruguaio de mão cheia para a cozinha, neto de italianos. Faz um molho de tomate fresco que também coloca as cantinas de Sampa no chinelo. E de um tempo para cá, começou a fazer massa de pizza. Uma massa fina e croquenta, um sonho. Só a massa e o molho valeriam à pena. E, outro dia, eu, o Diego, o Felipe e minha mãe estávamos tomando um bom vinho, comendo pizza margherita e de banana com canela na beirada da piscina lá de casa, em uma noite agradável, ouvindo boa música. Daí que tivemos a idéia de fazer uma noite como aquela, para mais gente. Uma degustação das pizzas do Diego, que agora recebem o nome de "La Crosta Fina", que longe de serem pesadas, são leves (o que permite experimentar bastante), com música ao vivo agradável e bons vinhos (a preços acessíveis, claro). Além dos vinhos tradicionais que se encontram nos restaurantes de Três Pontas, vou levar aqui de SP um vinho muito saboroso que experimentei outro dia em uma reunião na casa de um famoso publicitário daqui. Trata-se de um vinho da vinícula chilena Luis Felipe Edwards. Do naipe do Concha y Toro, mas ainda mais saboroso e fácil de beber. Minha mãe, que tem um talento inato para tornar os ambientes aconchegantes, vai arrumar a casa dela (por natureza já aconhegante) e receber as pessoas lá. Será uma noite deliciosa e, quem estiver por Trespa, vale à pena ir.

Estão todos convidados.
Ah, o valor da degustação é R$ 20,00, com bebida à parte.
Reservas pelo (35) 3265-4724

12.11.09

A casa (ou Movimento No 3 de Bach)

Me pediram para sair, mas eu não saio. Já disse. A casa é minha. Percorro os espaços. Segundo a segundo, as tábuas choram o meu passo. Eu sofro. A cada rangido, uma lembrança. Não sei porque insistem em dizer que esse não é o meu lugar. Eu nasci aqui. Entre as paredes de adobe, grossas para manter os segredos onde devem ficar. Debaixo desse teto de treliça que hoje cai, sem pudor. Nasci com o cheiro do curral do outro lado da janela. Um fedor de bosta e aconchego, que me acompanhou sempre. Eu não tinha vergonha. No fundo, era bom. Trazia o conforto que não encontrei em outras partes. Nem nos amores, que jamais tive.

Voltei. Depois de tanto andar por canto algum. Foi difícil criar coragem. Temi que a casa não me quisesse mais. E se ela não me abrisse as portas? Pior: se não estivesse de pé? Não lembro como cheguei. Apenas vim. No escuro completo, um pico de luz. O menino me viu entrar. Contou para a mulher de xale verde. Ela não se importou. Parece ser do tipo que não se importa. Do tipo que tem que ser. O garoto me deixou em paz. Entendeu o quanto eu dependia da casa e ela de mim. Até que o cheiro de curral começou a incomodar a dona do xale. Como pode viver num lugar como esse e se deixar perturbar por uma merdica de nada?

Ontem, o homem do livro veio outra vez. É ele quem me diz para ir embora. Com palavras doces, um copo de água e orações. Dessa vez nem respondi. Não saio. Já disse. A casa é minha. Eu corro pelos corredores o quanto quiser. Corro tudo o que não corri quando podia. Não faço barulho, prometo. Quanto ao cheiro, não vai passar. Me seguiu na vida e não me abandonou na morte. Mas, a boa notícia: é setembro e os pés de jabuticaba começam a florir. Logo o pomar vai tomar a casa e ninguém mais vai perceber que eu estou aqui.




Escrevi esse conto ano passado... Aí vai...

Maria Dolores

9.11.09

Ponto de Partida em Sampa


Dias 13, 14 e 15 de novembro, em SP... Vale à pena conferir!

22.10.09

Festival Música do Mundo 2010 já tem data

2a edição do Festival Música do Mundo já tem data: 9 a 12 de setembro de 2010!

Anote aí!

16.10.09

Milton Nascimento e Wagner Tiso... parabéns

Amanhã, dia 17 de outubro, Milton Nascimento será imortalizado (como se já não fosse, né) pela Academia de Letras e Artes Buziana. Mais detalhes no MySpace Oficial Milton Nascimento.

E parabéns também ao querido Wagner Tiso, pelo prêmio de Melhor Trilha Sonora no Prêmio Contigo de Cinema, por "Desafinados"!!!

Êta conterrâneos chiques, sô!!

Maria

20.9.09

Sonhar vale à pena

Fiquei um tempinho fora do blog, porque estava a mil por hora com o Festival Música do Mundo, que organizamos na minha terrinha querida, Três Pontas, em homenagem ao Milton Nascimento, Wagner Tiso, boa música e amizade. Abaixo, o textinho que escrevi para o jornal Correio Trespontano desse sábado, sobre o Festival (que aconteceu de 10 a 13 de setembro).

Há sete anos, quando eu estava no penúltimo ano de faculdade e resolvi escrever um livro reportagem sobre o Milton Nascimento para apresentar como meu trabalho de conclusão de curso, era só isso: um trabalho de escola. Nunca pude imaginar que esse passo tão pequeno me levaria por um caminho tão fascinante, com portas abertas a lugares incríveis, uma viagem que vale por uma vida inteira. Não só por conhecer as pessoas que conheci ou por fazer parte, de alguma maneira, de um mundo singular, do mundo que só vemos nos livros, na televisão ou nas histórias dos que passam por nós e que, em determinado momento, tiveram o privilégio de vivenciar algo especial. Mas, principalmente, porque seguir esse caminho me permitiu realizar sonhos.

Outro dia, um primo me perguntou por que razão eu e o Felipe inventamos de fazer esse festival que exigiu demasiado trabalho, dedicação, amor - tudo sem a verba necessária. A resposta parece resquício de uma época e uma ideologia que há tempos deixaram de existir, mas é sincera: porque queremos fazer algo de bom para a nossa cidade, a nossa região, o nosso país e o mundo. Porque acreditamos que a cultura pode melhorar a vida das pessoas e porque isso só acontece se houver quem esteja disposto a fazer a sua parte, correr o risco e, ainda, reunir outras pessoas que acreditem nas mesmas coisas e que amem você o suficiente para se entregar de corpo e alma à empreitada, dar a cara a tapa e se levantar diante de cada dificuldade.

Porque foram muitas as dificuldades. O cancelamento do Jon Anderson, por problemas de saúde, da Rita Lee, outra vez por problemas de saúde a três dias do show, a falta de experiência em todas as áreas de um evento de grande porte, a falta de dinheiro. No sábado, quando havia transcorrido tudo bem na quinta e na sexta e uma energia mágica envolvia o Centro de Eventos, sentei na grama para assistir ao show, respirei fundo, aliviada, feliz. Quando o sol se pôs, no pôr do sol que eu e o Felipe tanto desejamos e que nos fez escolher aquele local, percebi que tinha valido à pena, mais uma vez. A cada apresentação, uma nova sensação de plenitude. Para completar, receber da voz do Milton “Canção da América”, não só para mim, mas para todo mundo que vestiu a camisa, foi uma recompensa sem igual. E ver a emoção do mesmo Milton Nascimento, Ronaldo Bastos, Fernando Brant, Márcio Borges e Wagner Tiso no bate-papo no domingo e outro lindo pôr do sol no Pontalete nos fez dormir em paz, depois de algumas semanas de agitação e ansiedade.

Não precisaria fazer mais nada. Seria possível dizer que a nossa parte havia sido cumprida. Mas, o coração é inquieto, a mente não pára e os sonhos nascem sempre, porque os sonhos não envelhecem. Por isso, esperamos ter energia para fazer outros festivais e ajudar a brotar as sementinhas do que foi possível ser plantado agora. Portanto, quero agradecer e dedicar o Festival Música do Mundo e a minha admiração àqueles que estiveram comigo com o pé nessa estrada:

Felipe, sócio, marido e grande amor, Cemig, Yamaha, Prefeitura de Três Pontas, em nome da prefeita Luciana Mendonça e toda sua equipe que nos ajudou em tudo o que foi possível, à ACTA (Tiago, Paulo, Jean), à Cocatrel, ao deputado Bilac Pinto, à Câmara Municipal, à Marilene Gondim, à Giselle Goldoni, Paulo Lafayette e, claro, à equipe de produção e parceiros, não à toa feita de família e amigos: Cíntia, Betina, Zita, Mariana, Marco Elízeo, Cigarrete, Du, Cabeto, Jajá, Gilbertinho, Beth, Norma, Márcio, Keller, Cafi, Kiko, Dayanne, Marden, Fernando, Vanusa, Joyce, Rose, Janice, João, Pedro, João Duarte, Diego, Tati, Kátia, Xande, Machado Júnior, Júnia, Laura, e tantos outros que, peço, se sintam agradecidos, porque não há espaço aqui para citar os nomes, mas o espaço é enorme no coração.

Quero agradecer a todos da cidade, aos colaboradores do comércio, empresas locais e ao público. Quero, ainda, agradecer especialmente ao Wagner e ao Milton por terem nascido e apostado nos seus próprios sonhos. E, por fim, com todo amor: Bituca, obrigada por tudo.

Maria Dolores

27.8.09

Bate-papo em Brasília

Desculpem o sumiço... Estou a mil por hora com a organização do Festival Música do Mundo, na minha querida Três Pontas (www.festivalmusicadomundo.com.br)

Mas, hoje vou parar um pouquinho a vida de produtora e retomar a vida literária... Vou participar de um bate-papo no Açougue Cultural, em Brasília. Quem puder, apareça, às 20:00! (www.t-bone.org.br)

Até!
Maria

27.7.09

Festival Música do Mundo

Hoje saiu uma matéria de página inteira, na capa do caderno de cultura do jornal O Estado de São Paulo, sobre o festival que estamos organizando em Três Pontas, MG, com o Milton Nascimento, etc.

A matéria é assinada pelo jornalista e crítico musical Lauro Garcia Lisboa.

Para acessar, clique aqui.

14.7.09

Coração Vagabundo

Acabei de chegar da pré-estreia do filme "Coração Vagabundo", que aconteceu lá no Cine Tam, do Shopping Morumbi, aqui em São Paulo. O documentário mostra a intimidade do Caetano Veloso, a partirda turnê internacional do disco Foreign Sound. A direção do filme é do Fernando Andrade, com quem estou fazendo um outro trabalho. O filme é muito legal, divertido e mostra um Caetano bastante à vontade, falando de coisas muito íntimas. O Caetano estava lá, pessoalmente. Não falou nada, mas circulou, cumprimentou as pessoas, conversou com outros artistas que foram assistir ao filme e depois ficaram no coquetel. Ele é uma pessoa admirável, e mais admirável ainda quando a gente conhece um pouco mais de como ele leva as coisas, a vida. Quando eu o entrevistei, para a biografia do Milton, quebrei toda a resistência que eu tinha do Caetano, uma resistência até natural de estudante de comunicação recém formado que é contra pessoas às vezes polêmicas, como ele. Enfim, está tarde, preciso dormir porque tenho muito trabalho amanhã, aliás, uma matéria grande para a revista Bravo! sobre os FICs, entre eles aquele no qual o Caetano fez um discurso sob vaias ao cantar "É proibido proibir".

O filme "Coração Vagabundo" estará em cartaz nos cinemas. Vale à pena assisitr.

Até!
Maria

1.7.09

Homenageados do Festival estão no Prêmio da Música Brasileira

O Prêmio da Música Brasileira (antigo Prêmio Tim), que acontece hoje, tem como indicados homenageados do Festival Música do Mundo e artistas que se apresentarão no evento. Confira:

Arranjador: Wagner Tiso

MPB -Melhor Disco: Milton Nascimento e Jobim Trio (pelo disco Novas Bossas)

MPB - Melhor Cantor: Milton Nascimento e Jobim Trio (pelo disco Novas Bossas)

Instrumental - Melhor solista: Toninho Horta

27.6.09

Festival Música do Mundo


De 10 a 13 de setembro acontece o Festival Música do Mundo, em Três Pontas, Minas Gerais.
O evento é uma homenagem a dois filhos ilustres de Três Pontas: Milton Nascimento e Wagner Tiso. Os dois farão shows com convidados. Wagner apresentará o show de seu novo disco "Samba & Jazz", com convidados como Nivaldo Ornelas e Nicolas Krassik. Milton se apresentará com sua banda e convidados super especiais também.
Além dos shows dos dois homenageados, outras atrações são: Jon Anderson (vocalista do grupo Yes), que virá com sua banda direto dos Estados Unidos; o grupo uruguayo Ritual & Eduardo Signore; o brasileiro Ricardo Herz, sucesso no mundo todo apresentando um repertório popular no violino, o francês Didier Lockwood, Toninho Horta, Wilson Sideral, Änïmä Minas, entre outros.

O Festival Música do Mundo traz ainda atrações de rua, nas praças da cidade e do Pontalete (distrito de Três Pontas localizado na represa de Furnas) como música (banda marcial, fanfarras, duos, solos, orquestra, quintetos), Folia de Reis e dança; e ainda roteiro musical em bares e restaurantes, uma exposição sobre Milton Nascimento & Wagner Tiso, feira de artesanato e culinária, bate-papos de música com Milton e Wagner, entre outros (mediados pela equipe dar evista Bravo!/Ed. Abril), e um ação educativa nas 35 escolas da cidade e 1 escola de Varginha (cidade vizinha), que estão desenvolvendo projetos de resgate da identidade cultural dos alunos através da música e da história do Milton e do Wagner.

Enfim, um lindo evento que irá, acima de tudo, prestar uma homenagem à amizade e tudo que dela pode brotar...

Todos estão convidados! De 10 a 13 de setembro, em Três Pontas, Minas Gerais.
Em breve mais informações nos endereços:
www.festivalmusicadomundo.com.br
festivalmusicadomundo.blogspot.com
myspace.com/festivalmusicadomundo

4.5.09

Änïmä Minas

O Änïmä Minas fez uma bela participação (ao vivo e só com violão) no Jornal Regional da EPTV do Sul de Minas, dia 30/04.

O vídeo está disponível no site da EPTV, mas começa com notícias. Para pular essa parte e assistir só à música, vá direto ao minuto 5.... Clique aqui para assistir.


Clique aqui para ver um vídeo de celular do show que eles fizeram em dezembro de 2007, com o Milton Nascimento, em Três Pontas.

Até!
Maria

29.4.09

Maroladas

Amanhã, no final do Jornal EPTV Sul de Minas, o "Em Cena" traz o grupo Änïmä Minas, em uma apresentação ao vivo e acústica. Muito legal!

De sexta para sábado, (1 e 2 de maio) acontece em São Paulo a Virada Cultura!!!! "Pra onde você vira, tem virada"... Vale à pena conferir, são 24 horas de programação.

Sexta-feira à tarde, a banda Ark2 se apresenta no Pontalete (represa de Furnas) e no sábado, na Buxarela, em Três Pontas, em um tributo ao Rock and Roll.

De 7 a 10 de maio, estaremos no Letras em Lisboa, claro, em Lisboa.

De 14 a 17 de maio, no Salão do Livro Latino-americano de Paris.

E vamos que vamos!

Inté!
Maria

14.4.09

Boa e má notícia no mesmo dia!

A vida é assim, cheia de altos e baixos (com o perdão do clichê). Para mim, o segredo é seguir adiante, e se divertir o máximo que der.
Filosofias a parte, ontem estávamos chegando em SP, voltando do feriado, quando o pneu do carro estourou depois de passarmos sobre um ferro. Paramos para trocar o pneu e fomos assaltados. Eu, que nunca tenho dinheiro, tinha 500 reais. Por um lado foi bom, porque o ladrão me parece que ficou satisfeito. Além disso, entreguei correndo o celular novo que eu ganhei de uma empresa de ônibus no Juizado Especial, justamente por ter sido assaltada no ônibus quase no mesmo local. O bom disso tudo foi que o ladrão encapuzado foi embora, eu, o Felipe e nosso filhote ficamos bem e tudo deu certo. O dinheiro, arranja-se. O celular, também. Voltei para casa rezando e agradecendo, porque estávamos bem e o anjo da guarda continua de pé.

Agora, à boa notícia: eu tinha o Prêmio Abril de Jornalismo para ir, e pensei em desistir. Estava atrasada, sem dinheiro para o taxi e desanimada. Mas, a vida continua. Então, troquei de roupa e fui. Valeu à pena, porque vencemos!!!! Com a edição especial da revista Veja, "1808". Só que, dessa vez, não tinha troféu para todo mundo, só para o diretor da revista... Ano passado todo mundo ganhou e o meu está aqui, junto com umas medalhas de participação em olimpíada que o filhote ganha na escola... Foi bem legal!!!! Ainda mais por ser essa edição, para a qual eu fiz cinco matérias!

Enfim, vamos que vamos que eu já estou atrasada para a serviceira..
Maria

9.4.09

Prêmio Abril de Jornalismo

Segunda-feira, dia 13 de abril, acontece o "Prêmio Abril de Jornalismo", na lindíssima Sala São Paulo. E, oba, sou finalista, pela edição especial da revista Veja, "1808", que saiu em março do ano passado. Fiz cinco matérias. A edição ficou linda! Vai ser difícil vencer, mesmo porque a edição concorre com outro especial de peso, também da Veja, o "Veja 40 anos", que gastou meses de trabalho e muito investimento. Então, acho que esse aí é que vai ganhar.
Mas, já é muito bom estar entre os finalistas!!! Quase levei um susto quando recebi o comunicado,porque eu nem sabia que o projeto havia sido inscrito!

Até e boa Páscoa!
Maria

21.3.09

Wagner na FECAP e Milton na TV Cultura

Hoje e amanhã, para quem ainda não assistiu, tem show de Wagner Tiso, no teatro da Fecap, (Liberdade, São Paulo capital). Os shows fazem parte do lançamento do disco "Samba e Jazz - Um século de Música" (Trem Mineiro).

E amanhã, às 20h, o programa Mosaicos, da TV Cultura, revê a trajetória de Milton Nascimento (com bastante material de acervo!!! E gravações novas). Uma dica do Cassius Clay... Valeu, Cassius.

Estreou também o filme "Gran Torino", com Clint Estwood. Outra boa dica.

Até!

Maria

17.3.09

Milton Nascimento


Milton Nascimento faz participação especial em show de Lô Borges, no Sesc Pinheiros (SP), dias 17/18 e 19 de abril.

Lembrando que esse fim de semana, 20, 21 e 22 de março, tem Wagner Tiso em Sampa também, no Teatro Fecap!!!

Imperdível!

Até!

Maria

16.3.09

Show Wagner Tiso em SP

Essa semana tem show do Wagner Tiso em Sampa! Serão três shows (20, 21 e 22 de março) para o lançamento do disco "Samba e Jazz - Um século de música". Esse é o 34o disco da carreira do Wagner, e vale à pena conferir... Nós vamos, é claro!

Local: Teatro Fecap (Av. Liberdade, 532, tel. 2198.7719 - www.fecap.br)
Datas: 20, 21 e 22 de março
Horários: sexta a sábado, 21h – domingo, 19h.
Lotação: 400 lugares
Duração: 80 minutos
Preços: R$ 30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)
Bilheteria: de terça a sábado, das 14h às 21h; domingo, das 14h às 19h, no próprio teatro.
Internet: basta acessar o portal da FECAP (www.fecap.br) e entrar a página do Teatro.
Central de Ingressos: através do telefone (11) 2198.7719. De segunda a domingo das 9h às 21h.
(Cartão de Crédito: Master, Visa e Dinners).

10.3.09

Pernil

Estou trabalhando em um livro dos grandes maitres e garçons de São Paulo. E, a cada história ou personagem, minha boca enche d'aágua. Há tantos lugares bons para se comer... Agora, nesse momento, estou sonhando com o sanduíche de pernil preparado pelo Amaral, no bar lanchonete Estadão, no centro da cidade...

Sem falar no pastel do Zé, na feira do Pacaembú. Ou nas coxinhas de frango do Frangó. No molho do Giovanni Bruno... Acho que está na hora de um cafezinho.

Até!

Maria

5.3.09

Editais

Vai até dia 12 o prazo para as inscrições no Edital de Cultura da Petrobrás - Criação Literária. É preciso ter um projeto inscrito na lei rouanet.

E dia 20 de março é o encerramento para o envio de proposta de projetos para o Festival de Inverno da UFOP, em Ouro Preto. Esse ano, o tema do evento é o "Clube da Esquina".

3.3.09

Teresa Cristina

Quinta-feira, dia 5 de março, tem show da cantora e sambista Teresa Cristina, no Centro Cultural Tom Jobim, Jardim Botânico.

Vale à pena conferir.

20.2.09

Olha a Maria Fumaça aí, gente!

Amanhã tem desfile de blocos na terrinha... E, claro, nós vamos desfilar com a Maria Fumaça! O bloco completa 10 anos e isso me ajuda a lembrar que há 10 anos passo o carnaval em Três Pontas. Desde que a Maria Fumaça foi para a rua, mesmo quando o carnavla na cidade não é lá grandes coisas, a gente se diverte muito. Minha família toda desfila no bloco. Na verdade, o bloco foi fundado por meus tios, minha mãe e três casais de amigos. Fazendo um aperitivo e pensando no que fazer para animar o carnaval, eles resolveram montar um bloco. O Maria Fumaça é um trem com quatro vagões. As pessoas vão dentro, carregando a estrutura e brincando. Outras vão de fora, como eu, que aproveito para fazer estrela e ter meu momento de baliza... É muito legal. As crianças vão todas. Meu filho, minha irmã e meus primos vão desde pequenininhos, quando ainda choravam.

Bom, agora, deixe eu ir, porque não posso perder a Maria Fumaça.

E, para todos, um bom carnaval!

Maria

17.2.09

Show lançamento CD

Hoje tem show de lançamento do CD do Zé Guela, músico mineiro, no Zeppelin, na Vila Madalena, às 21:00. O evento é para a imprensa e convidados. Zé Guela gravou o clipe da música "Paciência", com Lenine e Milton Nascimento, entre outros músicos, que aparece no DVD "Pietá", de Milton Nascimento.

Ah, e ontem fomos, eu, Felipe e Daniel, jantar na cantina "Il Sogno di Anarello", do Giovanni Bruno. Além da comida deliciosa, o lugar é muito aconchegante. E o Giovanni tem uma história incrível, que será uma das do livro "Os Mestres do Salão" (em breve...)...

Amanhã tem "Calígula", no Sesc Pinheiros...

Até!
Maria

16.2.09

Editais roteiro

O Minc (Ministério da Cultura) abriu editais bem legais para quem quer trabalhar com cinema. Para autores/diretores estreantes ou não. Basta entrar no site do Minc para conferir os detalhes: www.cultura.gov.br. Para se inscrever no edital de produção de roteiro (que vai pagar o valor de 50 mil reais para o autor desenvolver seu roteiro) clique aqui.

Terça-feira passada levei meu filho ao Masp. Fomos com minha cunhada, que veio passar uma semana cultural em SP (a programação incluiu uma visita à Pinacoteca, ao Museu da Língua Portuguesa, ao Museu do Ipiranga, assistir à Terça Insana, ao filme "O Leitor", passear pela feira de antiguidades da Benedito Calixto, palestra de Literatura Erótica, além de bares, claro...).
Mas, enfim, foi muito legal. O Masp tem um acerto de pintura francesa muito bom e de pintores renomados de outros países: Renoir, Van Gogh, Picasso, El Greco (as telas dele dão medo na gente...), Matisse, Cézanne e até um Rafael. Todos legítimos, claro. Nada de réplicas.
Mas o que eu percebi é que a Pinacoteca possui um acervo em exposição muito maior e é muito melhor em arte brasileira, e também em escultura.
Ou seja: é preciso mesmo visitar os dois...

Mas, vamos que vamos que o tempo "ruge"...

Até!
Maria

11.2.09

Homo Erectus

Um conto do Marcelino Freire virou agora animação, feita pelo Rodrigo Burdman, com narração do ator Paulo Cesar Peréio. Muito legal também, a cara dos textos do Marcelino, meio subervisos. Para assistir, clique aqui.

Até!

Maria

Para rir - e ir

Ontem fomos à "Terça Insana", no Avenida Club, aqui em São Paulo. Foi muito, muito divertido. Eles estão com o show "RH", que estreiou com essa oitava temporada do espetáculo. É um tipo de comédia inteligente, sem aquela coisa de loura burra, gay, gostosa, etc. Muito bom mesmo. Adorei o personagem do açougueiro, do marijuana e da economista.
Vale à pena ir. Aqui em SP acontece todas as terças. E é um espetáculo dentro de um bar, então você pode comer e beber durante o show.

E hoje tem um bate-papo sobre erotismo e literatura no Sesc Pinheiros, às 19:00.

Até!

Maria

4.2.09

Blog

Não tenho atualizado o blog como gostaria. Mas, é que o tempo é tão corrido que eu acabo colocando só coisas que são notícias, eventos, etc., e que tenham a ver com o nosso trabalho.
Outro dia fui olhar se alguém ainda visitava o blog, mesmo sendo menos dinâmico do que deveria e não tendo um padrão. E fiquei surpresa de ver que recebia visitas, sim, todos os dias. Não muitas, mas um tanto razoável. Por um instrumento de estatística fui ver por qual caminho esses internautas chegavam ao blog. Primeiro: pesquisando sobre marolo no google. Aí, fiquei com pena da pessoa entrar no blog e se deparar com tudo, menos uma página dedicada a essa fruta peculiar. Então, resolvi colocar um link para um trabalho da Ufla, que traz as informações básicas sobre o marolo.

Os internautas também chegam ao blog pesquisando sobre o Milton Nascimento, claro, mas, o que me deixou intrigada foi ver que muitas das visitas são de internautas que digitaram no google as palavras "barulho de tiro". Eu fiz uma crônica sobre isso, há algum tempo, e essas três palavrinhas estão entre as campeãs de atração do blog. Fiquei pensando porque diachos alguém pesquisa sobre "barulho de tiro" na internet. Quem? Por quê? Quando? Como? Onde?
Confesso, isso me deixou surpresa e curiosa. Mas, não vou colocar aqui um link para "barulho de tiro", aí seria demais. Talvez desse até mais Ibope, mas eu prefiro manter a não-linha padrào do bolg e ir postando conforme for possível.

Até!

Maria

30.1.09

Milton Nascimento fala

Para quem não sabe, nós, da Marolo Produções, somos responsáveis pelo conteúdo editorial do Site Oficial Milton Nascimento.

E ele acabou de escrever um texto muito legal para os fãs, no qual fala do que aconteceu em 2008 e dos projetos para 2009.

Para ler o texto, acesse o site: www.miltonnascimento.com.br, seção notícia!

Até,

Maria

27.1.09

Barack é bom. Mas o bom mesmo é o Milton Nascimento

Claro, gostei dessa crônica do Arnaldo Bloch... Mas, é Bituca, e não Pituca...


Oba-Obama

Barack é bom. Mas bom mesmo é o Milton Nascimento

Crônica publicada no Segundo Caderno do jornal O Globo, em 24/01

Por Arnaldo Bloch

Paris, Paris, je t’aime/Mas eu gosto
muito mais do Leme”, soaram os ver-
sos da marchinha de Alberto Ribeiro
e Alcyr Pires Vermelho, no réveillon
que passei na casa de outro Pires, esse amigo
meu, que por sinal está em Paris. Ainda sob im-
pacto da megaposse de Obama, com seus bai-
les, suas conclamações, suas orações, seus vio-
linos embalando tanta esperança na nova tra-
vessia, que oxalá se realize, topei com Sarah
Vaughan no CD-player do carro, interpretando
“Travessia” em inglês, improvisando a mil no
compasso acelerado da versão, improviso cer-
to, sem nota na trave, no curso mesmo da me-
lodia, só uns voos curtos, de diva de jazz.
Milton aparece só em dois versos, pra pon-
tuar, pra dizer “olha eu aqui”, Pituca dando pi-
taco na praia da Sarah. Depois, na sequência
da coletânea (a clássica “Brazilian Horizons”),
veio Joe Pass solando na bateria de Paulinho
da Costa. Antes, passava o “Once I loved”, To-
ninho Horta com Billy Higgins e Gary Peaco-
ck, cheguei a verter umas lágrimas com o “Mi-
nas train” que fecha o CD. Na posse de Oba-
ma, aliás, não chorei. Não cheguei a ficar se-
quer emocionado. Fiquei em outras ocasiões,
prévias à campanha, mas a obamania trouxe
tantos meses de alegria que daqui a pouco
corre o risco de virar alergia.

Provavelmente vou chorar de novo quando
Barack aderir ao tratado de Kioto ou quando
derrubar o Patriot Act com uma canetada. Pe-
los atos do primeiro dia de fato, tá com jeito
de chegar lá, devagar-devagarinho pra não as-
sombrar os falcões adormecidos, inebriados,
doidões de Obama na cabeça.
Ou quando vier ao Brasil. Aí vou chorar.
Obama sabe sambar? Oba-Obama em Copaca-
bana? Pela atuação nos bailes da posse, pas-
sista ele não é. É mais Harvard que bebop,
mais MBA que olê-olá. Como será o encontro
com Lula, outro que não é de samba? Formal?
Lula morria de amores era por Bush, aquele
que não sabia se havia negros no Brasil. Isso
Obama não vai perguntar a Lula, que vai que-
rer saber o quanto ele está mesmo compro-
metido com fazer florescer a fazenda de cá
atendendo à justiça distribuitiva de lá...

Voltando à posse, achei-a, com toda a sin-
ceridade, meio chata, no maior respeito ao
belo discurso, às belas diretrizes, ao medley
do John Wlliams, ao sarau de poesia. Muito
formal. O povo estava feliz, mas o frio deve ter
encolhido um pouco os ossos. Faltaram hu-
mor, graça, riso, jazz, soul. O único momento
de real descontração, ironicamente, veio da
bênção do pastor Joseph Lowery, que parti-
cipou da luta pelos direitos civis dos negros
durante a época da segregação. Com sua voz
melodiosa, lá pelo fim da evocação ele disse,
dirigindo-se a’O que está nas alturas: “Help us
work for that day when black will not be asked
to get back, when brown can stick around, when
yellow will be mellow, when the red man can
get ahead, man, and when white will embrace
what is right.” Mandou bem, o reverendo.
Arrancou gargalhadas comovidas com seus
versos multiculturais, dificílimos de traduzir
com alguma graça. Até fiz um concurso no
blog (oglobo.com.br/blogs/arnaldo) e recebi
numerosas contribuições passadistas e con-
temporâneas. Por exemplo: ao rimar yellow
com mellow, o pastor fez alusão à canção de
“Donovan”. Que, como lembrou-me a leitora
Telma Muniz, tinha a ver com “fumar casca de
banana para ter um barato”. “Stick around”,
acrescenta Telma, além de ter o caráter de se
“estar na área”, é também gíria para chamar
pra briga (“stick around and you’ll see”).
A própria Telma mandou uma possível tra-
dução livre: “Ajude-nos a trabalhar por aquele
dia/quando o preto não for mandado ao gue-
to/quando o mulato persistir de fato/quando
o amarelo for singelo/ quando o pele-verme-
lha com outros se assemelha/e quando o
branco abraçar o certo e franco.” A Telma só
esqueceu que por “brown” os americanos cos-
tumam designar os latinos, e não os mestiços.
A isso esteve atento o leitor Érico Calixto,
que, no referido verso, cravou “que os latinos
sejam bem-vindos”, mas sem rima.
A melhor tradução, contudo, foi mesmo da
leitora Noga Lubicz Sclar: “Nos ampare na la-
buta pelo dia vindouro em que o negro escape
ao degredo, o moreno tenha trato ameno, o
amarelo seja igualmente belo, o vermelho
prossiga parelho, e o branco seja sempre fran-
co.” O pessoal do grupo Sete Novos tentou
privilegiar o humor e acertou algumas no filó.
Resumo: “Chegue o dia em que o preto não se-
rá o preso, o pardo não será o pato e o branco
pegará no tranco”.

O reverendo, assim como o Milton Nasci
mento in Sarah, roubou a minha Semana Oba-
ma, que foi alegre mas também triste. Triste o
desfile, o carro imune a bazooca indevassá-
vel, o popularíssimo primeiro presidente ne-
gro selado, invisível, num cofre móvel. Outra
alternativa não haveria (a não ser um aquário
blindado, redoma transparente, em que Oba-
ma passasse em exibição), sinal de que o
mundo, ao contrário do que parece, pouco
avançou. Já a música do Milton continua à
frente do fim dos tempos.

22.1.09

Mostra de Cinema de Tiradentes

Começa amanhã, dia 23 de janeiro, a Mostra de Cinema de Tiradentes. Clique aqui para saber mais!

19.1.09

Filme e livros

Ontem assisti ao último filme do Woody Allen: "Vicky Cristina Barcelona". Foi muito bom, finalmente assisti a um bom filme. Eu só entrei em encrenca nos últimos meses, com raríssimas exceções. Muito divertido, saboroso, dramático, profundo, leve, tudo junto. Além de dar vontade de fazer as malas e ir conhecer Barcelona... Vale à pena.

Outras dicas, dessa vez de livros: "A viagem do elefante", do Saramago, que conta a história da travessia do paquiderme nos anos de 1500, de Portugal à Aústria. O texto é bem divertido também, irônico e fácil de ler. Muito mais fácil que outros livros de Saramago. Aliás, a leitura, para mim, tem um sabor especial, porque meu livro está assinado pelo próprio autor. Isso é uma grande bobagem, mas que dá um toque especial, dá, né? Ah, e comprei "O incesto", que é um tipo de autobiografia da escritora Anäis Nin, no qual ela conta o relacionamento que teve com seu pai e outras coisas pesadas, mas que revelam de maneira muito franca e aberta o que se passou com ela. Gosto de saber o que passa na cabeça e no coração das pessoas que escrevem, compõem, pintam... Também vale à pena ler.

Maria

13.1.09

Antes tarde do que nunca...





Com muito atraso, aqui vão algumas fotos do show que o Änïmä Minas fez dia 27 de dezembro, em Três Pontas. O show fez parte do evento Gran Circo, uma homenagem a Milton Nascimento. Tudo aconteceu na praça Travessia, que fica em frente à casa do pai de Milton, que mora na cidade. O homenageado esteve presente. A festa foi linda, e o Änïmä arrasou...

Novidades


O blog Maroleiro Festivais está no ar novamente, com a agenda dos principais festivais de cultura do país. Clique aqui e confira!

E já chegou nas bancas a VIP que traz a Luana Piovani na capa. Além do ensaio fotográfico dela, que está realmente bonito, e de vários outros assuntos sobre mulherada, tem uma matéria que eu fiz com as dietas que realmente funcionam para os homens. Quer perder uns quilinhos? Compre a revista....

Até!

Maria

9.1.09

Ano novo - A Casa

Depois das finalmente conquistadas férias (embora eu tenha usado meus dias de folga para só para descansar na minha terrinha, sem ir para lado algum - viajar dá muito trabalho e exige bastante energia), de volta à rotina. Que 2009 seja um ano tão divertido quando foi 2008, com mais novidades e mais tranquilidade!

Para retomar a vida, um conto curto que escrevi no final do ano:

A casa
(ou Movimento No 3 de Bach)

Me pediram para sair, mas eu não saio. Já disse. A casa é minha. Percorro os espaços. Segundo a segundo, as tábuas choram o meu passo. Eu sofro. A cada rangido, uma lembrança. Não sei porque insistem em dizer que esse não é o meu lugar. Eu nasci aqui. Entre as paredes de adobe, grossas para manter os segredos onde devem ficar. Debaixo desse teto de treliça que hoje cai, sem pudor. Nasci com o cheiro do curral do outro lado da janela. Um fedor de bosta e aconchego, que me acompanhou sempre. Eu não tinha vergonha. No fundo, era bom. Trazia o conforto que não encontrei em outras partes. Nem nos amores, que jamais tive. Voltei. Depois de tanto andar por canto algum. Foi difícil criar coragem. Temi que a casa não me quisesse mais. E se ela não me abrisse as portas? Pior: se não estivesse de pé?

Não lembro como cheguei. Apenas vim. No escuro completo, um pico de luz. O menino me viu entrar. Contou para a mulher de xale verde. Ela não se importou. Parece ser do tipo que não se importa. Do tipo que tem que ser. O garoto me deixou em paz. Entendeu o quanto eu dependia da casa e ela de mim. Até que o cheiro de curral começou a incomodar a dona do xale. Como pode viver num lugar como esse e se deixar perturbar por uma merdica de nada? Ontem, o homem do livro veio outra vez. É ele quem me diz para ir embora. Com palavras doces, um copo de água e orações. Dessa vez nem respondi. Não saio. Já disse. A casa é minha. Eu corro pelos corredores o quanto quiser. Corro tudo o que não corri quando podia. Não faço barulho, prometo. Quanto ao cheiro, não vai passar. Me seguiu na vida e não me abandonou na morte. Mas, a boa notícia: é setembro e os pés de jabuticaba começam a florir. Logo o pomar vai tomar a casa e ninguém mais vai perceber que eu estou aqui.

Maria Dolores